quarta-feira, 10 de abril de 2013

A Viagem (Cloud Atlas)




A Viagem, é um filme de 2012, produzido, roteirizado e dirigido pelos irmãos Andy e Lana Wachowski (Matrix) além de Tom Tykwer (Corra Lola, Corra). Desses nomes já podemos esperar muito do filme que é uma adaptação do livro homônimo de David Mitchell, que por sua narrativa complexa era considerado inadaptável. São seis histórias em diferentes épocas, contadas simultaneamente.
Definitivamente não é um filme pra assistir só por assistir, ele exige máxima atenção do espectador, e mesmo assim deixa muitas dúvidas na primeira vez em que o vemos e que podem (ou não) ser esclarecidas numa segunda sessão.
Particularmente, achei o início meio confuso, o que pra mim soou muito como uma característica dos diretores, que já inserem um ritmo narrativo desde o primeiro minuto do filme, e que lá pelos 30min você se adapta e começa a acompanhar. O mais interessante sobre “A Vviagem” é que ele apresenta vários conceitos, filosóficos, ideológicos e espirituais. É uma história que envolve a Teoria do Caos e até mesmo Carlos Castañeda é mencionado.
As seis histórias acontecem com um significativo espaço de tempo entre elas, e em cada uma delas o personagem principal de cada uma, apresenta uma marca de nascença, algo como um cometa, ou o que podemos pensar como a marca de uma missão naquela vida, mas ao contrário de algumas outras opiniões, penso que eles não possuem a mesma alma, porque pra mim, a utilização do mesmo elenco durante todo o filme serviu para deixar essas relações entre os personagens mais claras (apesar de nem sempre conseguir identificar o mesmo ator).
Os personagens principais de cada história são representados por:
 Jim Sturgess (Adam Ewing - 1849) 

Ben Wishaw (Robert Frobisher - 1936)

Halle Berry (Luisa Rey - 1973)

Jim Broadbent (Timothy Cavendish - 2012)

Doona Bae (Somni - 2144) 

Tom Hanks (Zachry - 2321)

 O grande impulsionador desse ciclo é o advogado Adam Ewing, que escreve um livro contando sobre sua vida, que acaba sendo um livro espetacular para o músico Robert Frobisher, que compõe o “Sexteto Cloud Atlas”, que posteriormente é ouvido pela repórter Luisa Rey, que tem um jovem amigo que escreve um livro sobre sua vida, qual o roteiro é lido por Timothy Cavendish numa viagem que lhe inspirou uma obra mais tarde transformada em filme que impulsiona a vontade de viver além do programado da garçonete Somni, que depois se torna um tipo de deusa para os sobreviventes da “Queda”, entre eles Zachry.
Não pude deixar de criar com esse filme a mesma relação que tenho com Matrix, essa relação de mistério e que nem todos os eventos do filme são esclarecidos, pelo contrários, muitos são deixados no ar propositalmente, para gerar uma discussão por conta do espectador, fator que eu considero fascinante. O filme gera discussão sobre reencarnação, religião e a até mesmo a própria crença em um Deus.
Pra mim os grandes destaques do filme, vão para os atores que conseguiram interpretar a transição ou a coerência de seus personagens de maneira magnífica, Hugo Weaving  e Hugh Grant por exemplo, me conquistaram com seus personagens, que não são amáveis, pelo contrários permanecem com a mesma personalidade em todas as histórias, representando a relação de poder que eles sempre tinham sobre as pessoas. 


Tom Hanks é a representação da mudança, assim como Jim Broadbent, sendo nesse segundo caso, nunca uma pessoa essencialmente ruim, mas que teve que aperfeiçoar sua humildade.
“A viagem” é um filme que envolve histórias de amor, fala sobre a importância dos erros, e as conseqüências disso no futuro, a fotografia é linda, desde as cenas de época (produzidas por Tykwer), até as futurísticas (produzidas pelos irmãos Wachowski), além de Tom . A maquiagem é impressionante, tanto que só nos damos conta da presença dos mesmo atores em diferente cenas após os créditos finais.
É um filme que recomendo de toda a minha alma, e espero que vocês entendam o que eu escrevi, não se preocupem se não entenderem bem de primeira, da segunda vez ainda vale muito a pena. 


 


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