A Viagem, é um filme de 2012, produzido, roteirizado e
dirigido pelos irmãos Andy e Lana Wachowski (Matrix) além de Tom Tykwer (Corra
Lola, Corra). Desses nomes já podemos esperar muito do filme que é uma adaptação
do livro homônimo de David Mitchell, que por sua narrativa complexa era
considerado inadaptável. São seis histórias em diferentes épocas, contadas
simultaneamente.
Definitivamente não é um filme pra assistir só por
assistir, ele exige máxima atenção do espectador, e mesmo assim deixa muitas
dúvidas na primeira vez em que o vemos e que podem (ou não) ser esclarecidas
numa segunda sessão.
Particularmente, achei o início meio confuso, o que
pra mim soou muito como uma característica dos diretores, que já inserem um
ritmo narrativo desde o primeiro minuto do filme, e que lá pelos 30min você se
adapta e começa a acompanhar. O mais interessante sobre “A Vviagem” é que ele
apresenta vários conceitos, filosóficos, ideológicos e espirituais. É uma
história que envolve a Teoria do Caos e até mesmo Carlos Castañeda é
mencionado.
As seis histórias acontecem com um significativo
espaço de tempo entre elas, e em cada uma delas o personagem principal de cada
uma, apresenta uma marca de nascença, algo como um cometa, ou o que podemos
pensar como a marca de uma missão naquela vida, mas ao contrário de algumas
outras opiniões, penso que eles não possuem a mesma alma, porque pra mim, a
utilização do mesmo elenco durante todo o filme serviu para deixar essas
relações entre os personagens mais claras (apesar de nem sempre conseguir
identificar o mesmo ator).
Os personagens principais de cada história são
representados por:
Jim Sturgess (Adam Ewing - 1849)
Ben Wishaw (Robert Frobisher
- 1936)
Halle Berry (Luisa Rey - 1973)
Jim Broadbent (Timothy Cavendish -
2012)
Doona Bae (Somni - 2144)
Tom Hanks (Zachry - 2321)
O grande
impulsionador desse ciclo é o advogado Adam Ewing, que escreve um livro
contando sobre sua vida, que acaba sendo um livro espetacular para o músico
Robert Frobisher, que compõe o “Sexteto Cloud Atlas”, que posteriormente é
ouvido pela repórter Luisa Rey, que tem um jovem amigo que escreve um livro
sobre sua vida, qual o roteiro é lido por Timothy Cavendish numa viagem que lhe
inspirou uma obra mais tarde transformada em filme que impulsiona a vontade de
viver além do programado da garçonete Somni, que depois se torna um tipo de
deusa para os sobreviventes da “Queda”, entre eles Zachry.
Não pude deixar de criar com esse filme a mesma
relação que tenho com Matrix, essa relação de mistério e que nem todos os
eventos do filme são esclarecidos, pelo contrários, muitos são deixados no ar
propositalmente, para gerar uma discussão por conta do espectador, fator que
eu considero fascinante. O filme gera discussão sobre reencarnação, religião e
a até mesmo a própria crença em um Deus.
Pra mim os grandes destaques do filme, vão para os
atores que conseguiram interpretar a transição ou a coerência de seus
personagens de maneira magnífica, Hugo Weaving
e Hugh Grant por exemplo, me conquistaram com seus personagens, que não
são amáveis, pelo contrários permanecem com a mesma personalidade em todas as
histórias, representando a relação de poder que eles sempre tinham sobre as
pessoas.
Tom Hanks é a representação da mudança, assim como Jim Broadbent,
sendo nesse segundo caso, nunca uma pessoa essencialmente ruim, mas que teve
que aperfeiçoar sua humildade.
“A viagem” é um filme que envolve histórias de amor,
fala sobre a importância dos erros, e as conseqüências disso no futuro, a
fotografia é linda, desde as cenas de época (produzidas por Tykwer), até as
futurísticas (produzidas pelos irmãos Wachowski), além de Tom . A maquiagem é impressionante,
tanto que só nos damos conta da presença dos mesmo atores em diferente cenas
após os créditos finais.
É um filme que recomendo de toda a minha alma, e
espero que vocês entendam o que eu escrevi, não se preocupem se não entenderem
bem de primeira, da segunda vez ainda vale muito a pena.
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